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sábado, maio 20, 2006


Grupo incendeia parque gráfico de jornal ...

Três homens armados invadiram a gráfica e a redação do jornal Imprensa Livre, de São Sebastião, litoral norte de SP, por volta das 04h da madrugada do dia 18/05. Com truculência, o grupo rendeu os funcionários presentes no prédio e ateou fogo no parque gráfico e em todos os exemplares do jornal já impressos naquele dia.

Cinco gráficos, um diagramador e um jornalista estavam presentes quando os bandidos atacaram a sede do jornal. O jornalista e um dos gráficos conseguiram fugir quando ouviram a movimentação e os gritos dos invasores. Os outros cinco profissionais ficaram na mira das armas dos bandidos e foram agredidos com socos, pontapés e coronhadas, além de também terem sido molhados com gasolina, mas que não chegou a ser inflamada pelos atacantes. O grupo estava todo vestido com tênis, calça, blusão e capuz pretos e portava duas armas de mão e uma de maior poder de fogo, possivelmente uma espingarda calibre 12, além de algumas garrafas com gasolina. Os três agiram rapidamente e todo o episódio não durou mais do que alguns minutos. Durante a ação, os atacantes gritaram diversas advertências para que o jornal não mais publicasse informações sobre o PCC.

A direção do jornal, porém, não acredita que o Primeiro Comando da Capital tenha ligação com o crime. O jornalista César Rodrigues, que flagrou a fuga dos bandidos quando retornava ao jornal após uma apuração naquela madrugada, não acredita que um grupo que fugiu a pé e tinha conhecimento preciso da cidade para traçar uma rota de fuga eficiente portando uma arma como a espingarda, que não pode ser camuflada sob roupas normais, faça parte da facção criminosa PCC.

Questionado se seria uma reação às denúncias que o jornal vem fazendo contra a atual administração municipal, Rodrigues afirmou que “seria leviandade afirmar coisas nesse sentido, mas é uma possibilidade, o Imprensa Livre tem feito algumas denúncias contra autoridades aqui. É um jornal que com toda certeza incomoda muita gente”.
No total, cerca de 3 mil exemplares que já haviam sido impressos foram queimados. Uma impressora e uma guilhotina da gráfica ficaram danificadas e ainda esperam assistência técnica para voltar a funcionar. A outra impressora sofreu apenas danos leves e já rodou a edição desta sexta-feira (19/05).

Gabriela Wotvasek, editora assistente do jornal, apontou que alguns exemplares não foram atingidos pelo fogo e foram distribuídos aos assinantes junto com a edição do dia 19/05. Esses jornais receberam um carimbo vermelho com a marca “Dia D”, para o “assinante guardar e não esquecer o ocorrido. Para ficar na história essa estupidez”, afirmou Gabriela.

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